31/05/2011

Lata velha: reforma do ônibus da APAE Montes Claros!

Acima, foto do programa "Lata Velha" que irá ao ar dia 15/10/2011.

Abaixo o vídeo da bonita proposta para reforma do ônibus da APAE Montes Claros!
Acesse e entre nessa luta você também!!!



Obrigada a você que acessou e ajudou!!!

16/05/2011

"Livro do MEC ensina como lidar com Lobato, após veto".

"Depois de ter a obra Caçadas de Pedrinho vetada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) por racismo, Monteiro Lobato ganhou agora duas páginas com um “modo de usar” em livro que será enviado pelo Ministério da Educação (MEC) a 157 mil professores de 1º ao 5º ano. O volume 19 da Coleção Explorando o Ensino - o primeiro de Língua Portuguesa para essa faixa etária - diz que a personagem Tia Nastácia deve ser apresentada com “análise” e sem “julgamento”.

Foto: ReproduçãoAmpliar

Capa do livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato: recomendação do Conselho reacendeu o debate sobre o politicamente correto


Em outubro do ano passado, o CNE decidiu por unanimidade recomendar que não se distribuísse o livro Caçadas de Pedrinho, publicado em 1933, a instituições de ensino por considerar que algumas passagens são racistas. O veto foi derrubado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, que devolveu o texto ao conselho solicitando uma revisão, que não ocorreu até hoje.

Agora, um livro elaborado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e que será distribuído no segundo semestre para escolas de todo o País se refere a Monteiro Lobato em capítulo intitulado “Leitura e Compreensão: a ronda dos preconceitos e estereótipos” e explica como os educadores devem tratar de “Tia Nastácia, a inesquecível personagem referida como 'negra de estimação', logo nas páginas iniciais do Sítio do Pica-Pau Amarelo.”

O livro destinado à formação docente aponta tratamento discriminatório, mas enfatiza que os alunos não devem ser privados da riqueza de outros pontos do legado do autor por conta disso. “Perderemos parte significativa do que a obra de Lobato pode nos ensinar sobre o Brasil se reduzirmos essa personagem a uma mera manifestação de preconceito”, explica um trecho. “Dizer que os livros infantis de Lobato são preconceituosos e recusá-los ou censurar passagens, em nome do combate ao preconceito, é esquecer que são ficções e que seus personagens e situações formam um mundo à parte, por mais que se relacionem de diferentes formas com o mundo real”, arremata outro.

O texto considera ainda que Tia Nastácia aparece de forma “matriarcal”, portanto, ao mesmo tempo em que “reflete o preconceito do branco letrado das classes médias urbanas” da época, inscreve o negro no imaginário de crianças e adultos da mesma cultura – único público naquele tempo.


Votação ainda é pendência

O livro para professores, assinado por nove autores, conclui que “compreender e criticar essas e outras ambiguidades éticas e políticas, numa obra literária demanda um resgate tanto das condições histórico-sociais de sua produção quanto do mundo imaginário em que se inserem”. Os autores explicam ainda que fazer esta “análise” e “avaliação” sobre uma obra é diferente de julgá-la sob um aspecto político, moral, científico ou mesmo de usá-la como programa social. “Considerá-lo (a Lobato) preconceituoso e, por este motivo, afastá-lo de nossas crianças é negar-lhes o direito a um contato direto e vivo com nossa história e nossa cultura.”

A polêmica no Conselho Nacional de Educação ainda não terminou. De acordo com a conselheira Clélia Brandão, o parecer contrário do ministro ainda não foi analisado e o assunto deve ser tema das próximas reuniões do grupo.

Além do volume que trata de Língua Portuguesa, professores de 1º ao 5 º ano receberam mais cinco livros sobre Literatura, Matemática, Ciências, Geografia e História".

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Texto integral retirado do site:

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/apos+veto+livro+do+mec+ensina+como+lidar+com+obra+de+lobato/n1596955627720.html

13/05/2011

MEC defende uso de "língua inadequada".

"Um livro de português distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) para quase meio milhão de alunos defende que a maneira como as pessoas usam a língua deixe de ser classificada como certa ou errada e passe a ser considerada adequada ou inadequada, dependendo da situação.

Na semana em que o Jornal Nacional tem discutido os maiores problemas do Brasil na educação, os argumentos da autora do livro e as reações que provocaram estão na reportagem de Júlio Mosquéra.

A defesa de que o aluno não precisa seguir algumas regras da gramática para falar de forma correta está na página 14 do livro “Por uma vida melhor”. O Ministério da Educação aprovou o livro para o ensino da língua portuguesa a jovens e adultos nas escolas públicas.

Ele apresenta a frase: "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado", com a explicação: "Na variedade popular, basta que a palavra ‘os’ esteja no plural". "A língua portuguesa admite esta construção".

A orientação aos alunos continua na página 15: "Mas eu posso falar 'os livro'?". E a resposta dos autores: "Claro que pode. Mas com uma ressalva, ‘dependendo da situação a pessoa corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico’”.

Heloísa Ramos, uma das autoras do livro, disse que a intenção é mostrar que o conceito de correto e incorreto deve ser substituído pela ideia de uso adequado e inadequado da língua. Uso que varia conforme a situação. Ela afirma que não se aprende o português culto decorando regras ou procurando o significado de palavras no dicionário.

“O ensino que a gente defende e quer da língua é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas, diferentes situações de comunicação para que essa desenvoltura linguística aconteça”, declarou ela.

O Ministério da Educação informou em nota que o livro “Por uma vida melhor” foi aprovado porque estimula a formação de cidadãos capazes de usar a língua com flexibilidade. Segundo o MEC, é preciso se livrar do mito de que existe apenas uma forma certa de falar e que a escrita deve ser o espelho da fala.

O Ministério da Educação disse que a escola deve propiciar aos alunos jovens e adultos um ambiente acolhedor no qual suas variedades linguísticas sejam valorizadas e respeitadas, para que os alunos tenham segurança para expressar a "sua voz".

A doutora em sociolinguística Raquel Dettoni concorda que é preciso respeitar o falar popular, que não pode ser discriminado. Mas ela enfatiza que a escola tem um objetivo maior, que é ensinar a língua portuguesa que está nas gramáticas.

“Se a escola negligencia em relação a este conhecimento, o aluno terá eternamente uma lacuna quando ele precisar fazer uso disso no seu desempenho social. Nós não podemos desconsiderar que a função social da escola, com relação ao ensino de língua portuguesa, é - em princípio - prioritariamente ensinar os usos de uma norma mais culta”, destacou.

O Ministério da Educação informou ainda que a norma culta da língua portuguesa será sempre a exigida nas provas e avaliações".

Fonte: Texto integral retirado de:

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/05/mec-defende-que-aluno-nao-precisa-seguir-algumas-regras-da-gramatica-para-falar-de-forma-correta.html

07/05/2011

Obra do Berço Menino Jesus


Por Ruth Rocha Maia

A Obra do Berço Menino Jesus é um dos projetos da Associação Dom José Alves Trindade, criado em 12 de outubro de 2006 na festa de Nossa Senhora Aparecida, a partir de um desejo do então arcebispo Dom Geraldo M. de Castro, prontamente acolhido pelo pároco e pela comunidade paroquial.

É um trabalho social que tem como objetivo proporcionar às mães de recém-nascidos carentes um carinho especial com os seus bebês nos primeiros momentos de vida, doando a elas um enxovalzinho básico composto por fraldas, roupinhas, sapatos/meias, toalha de banho, lençol, cueiros e manta.

Esses enxovais, chamados de kits, são preparados por um grupo de aproximadamente trinta voluntárias, que doam seu trabalho e muitas vezes também o material para a confecção das peças. É um trabalho muito prazeroso e abençoado, que vem crescendo (começamos com 20 kits e hoje já produzimos 40, com perspectivas de aumento desse número para breve) com a ajuda dos paroquianos.

Contamos com doadores fixos, que todos os meses colaboram com determinado número de itens ou valor em espécie e com aqueles que atendem aos nossos apelos nas missas, doando o que for mais necessário no momento. Recebemos esporadicamente também a ajuda de pessoas jurídicas, que colaboram com matérias-primas ou também com doações em espécie. Quando nossas necessidades não são atendidas por doações, a paróquia disponibiliza, usando a Dimensão Social do Dízimo, o necessário para que não falte material para realização do nosso trabalho. As doações são entregues na secretaria paroquial, onde podem ser feitos também quaisquer contatos e obtidas informações sobre o trabalho.

O grupo de voluntárias se reúne na primeira quarta-feira de cada mês para discutir assuntos pertinentes ao trabalho, distribuir tarefas que serão realizadas ao longo do mês em suas próprias casas, nos horários vagos, e, em seguida procede à entrega das doações no Hospital Universitário Clemente Farias (25 kits) e Santa Casa de Caridade (15 kits). No Hospital Universitário Clemente Farias a distribuição dos kits fica a cargo das Amigas Voluntárias do Hospital Universitário, que seleciona entre as parturientes as mais necessitadas para recebê-los. Igual procedimento, na Santa Casa, fica a cargo da irmã Veerle.

O grupo de voluntárias da Obra do Berço, no momento da entrega dos kits, também visita as mães internadas, para levar a elas um carinho e uma palavra amiga.

No decorrer do mês, parte do grupo reúne-se para cortar as peças que serão costuradas e para montar os kits que serão distribuídos no mês seguinte.

Por ser um trabalho voluntário, estamos sempre precisando de pessoas que possam colaborar para que essa obra cresça cada vez mais. Se você se sentir tocado pelo nosso trabalho, venha fazer conosco a experiência de ajudar! Garantimos que os maiores beneficiados somos nós mesmos!

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Conheci hoje o Projeto "Obra do berço Menino Jesus", através da professora e colega Ruth Rocha (Foto acima). Fiquei encantada com a iniciativa da Comunidade em levar conforto à mãe carente em um momento tão difícil da vida: dar à luz e muitas vezes não poder dar conforto emocional e material ao filho recém -nascido.

Parabéns, Comunidade da Igreja Catedral! É de exemplos como o de vocês que necessitamos para nos tornar, quem sabe, um pouco melhores!

Sheila Revert.


Árvore... que te quero árvore!


Dando continuidade ao projeto sobre meio ambiente, hoje foi o dia em que nossa escola fez o plantio de algumas árvores e flores ornamentais. Todos ficaram muito empolgados!

Além das mudas de árvores e flores, os alunos do turno vespertino deram um show de criatividade nas oficinas utilizando material descartável.

A professora Daiane Andrade, com a turma completa, ensinou tulipas de tecido, e cá entre nós, ficaram lindas!

A professora Tânia inovou com jogos: dama, pega-varetas, boliche...

A professora Eliana surpreendeu com os vasos para flores!

As professoras Ayark e Geny apresentaram as lixeiras ecologicamente corretas e "peixinhos", feitos de descartáveis.

Foram apresentadas também lixeirinhas para serem colocadas sobre a mesa, na sala de aula: ótima ideia para os pequenos!
(Fotos serão postadas em breve).

04/05/2011

Clarice Lispector


Turmas do 9º Ano da E.M.João Valle Maurício conhecem Clarice Lispector, através do maravilhoso conto "Restos do carnaval".


* Ucrânia – 10 de Dezembro de 1920 d.C
+ Rio de Janeiro, RJ – 9 de Dezembro de 1977 d.C

De família judaica, emigrou com a família para o Brasil quando tinha um pouco mais de um ano de idade. Começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife. Clarice falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno familiar, o iídiche.

Obra literária
Em 1944 publicou seu primeiro romance, Perto do coração selvagem.
A literatura brasileira era nesta altura dominada por uma tendência essencialmente regionalista, com personagens contando a difícil realidade social do país na época. Clarice Lispector surpreendeu a crítica com seu romance, quer pela problemática de caráter existencial, completamente inovadora, quer pelo estilo solto elíptico, e fragmentário, que críticos reputaram reminiscente de James Joyce e Virginia Woolf, se bem que ainda mais revolucionário.

Em verdade, a obra de Clarice ultrapassou qualquer tentativa de classificação. A escritora e filósofa francesa Hélène Cixous vai ao ponto de dizer que há uma literatura brasileira A.C. (Antes da Clarice) e D.C. (Depois da Clarice).

Seu romance mais famoso talvez seja A hora da estrela, o último publicado antes de sua morte. Este livro narra a vida de Macabéa, uma nordestina criada no estado de Alagoas que migra para o Rio de Janeiro, e vai morar em uma pensão, tendo sua vida descrita por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M.

Faleceu em 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57º aniversário. Foi sepultada no Cemitério Israelita do Cajú, no Rio de Janeiro.

Livros de sua autoria
Perto do coração selvagem (1944)
O lustre (1946)
A cidade sitiada (1949)
Alguns contos (1952)
Laços de família (1960)
A maçã no escuro (1961)
A legião estrangeira (1964)
A paixão segundo G.H. (1964)
O mistério do coelho pensante (1967)
A mulher que matou os peixes (1968)
Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (1969)
Felicidade clandestina (1971)
A imitação da rosa (1973)
Água viva (1973)
A vida íntima de Laura (1974)
A via crucis do corpo (1974)
Onde estivestes de noite (1974)
Visão do esplendor (1975)
A hora da estrela (1977)

Póstumos
Para não esquecer (1978)
Quase de verdade (1978)
Um sopro de vida (pulsações) (1978)
A bela e a fera (1979)
A descoberta do mundo (1984)
Como nasceram as estrelas (1987)
Cartas perto do coração (2001) (cartas trocadas com Fernando Sabino)
Correspondências (2002)
Correio Feminino (2006)
Entrevistas (2007)

Curiosidades
Clarice traduziu para o português, em 1976, o livro Entrevista com o Vampiro, da autora estadounidense Anne Rice.

A primeira edição de Onde estivestes de noite foi recolhida porque foi colocado, erroneamente, um ponto de interrogação no título.

Em artigo publicado no jornal The New York Times, no dia 11/03/2005, a escritora foi descrita como o equivalente de Kafka na literatura latino-americana. A afirmação foi feita por Gregory Rabassa, tradutor para o inglês de Jorge Amado, Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa e de Clarice.


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Felicidade clandestina - Clarice Lispector

Clarice Lispector
O Primeiro Beijo
São Paulo, Ed. Ática, 1996

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

03/05/2011

Leia, leia mais!!!

A dica de leitura para você que "vive" com o computador ligado, é o site onde poderá escolher qual livro deseja ler, em qual(is) dia(s) da semana e pelo tempo de leitura diária que você dispuser, recebendo tudo isso através do seu e-mail. O bom que é você quem escolhe o seu tempo e dia(s) de leitura. É um passeio nos nossos clássicos. E não precisa pagar por isso, além da praticidade. É muito interessante!!!!

Veja a lista de livros mais acessados:

1.O diário de Anne Frank
2.O Fantasma da Ópera
3.Admirável Mundo Novo
4.A Revolução dos Bichos
5.O que é Metafísica?
6.A Desobediência Civil
7.Manifesto do Partido Comunista
8.A Volta ao Mundo em Oitenta Dias
9-O Gato Preto

10- As Mil e Uma Noites


Fonte: http://leituradiaria.com/

Gincana "Ecos do bem"

A E.M.João Valle Maurício realizou nesse sábado, de maneira agradável e divertida, a 1ª Gincana 2011, "Ecos do Bem", que teve como objetivo despertar nos educandos a consciência de que o nosso planeta necessita de ajuda e esta, deve começar primeiramente no ambiente em que vivemos.

As tarefas giravam em torno de materiais recicláveis, incluindo um desfile à fantasia, com jurados e tudo!!! Um show!!!