Assistindo ao "Jornal da Globo" nesse dia 16/11, fiquei ao mesmo tempo encantada e intrigada com a reportagem ali apresentada. O tema - atualíssimo - mostrou o confronto das gerações "X" e "Y", onde o conflito em algumas empresas pode acontecer exatamente por esse motivo: uma valoriza a experiência; a outra, ideias novas e energia a "todo vapor".
Segundo a reportagem, "o X foi treinado, ele foi talhado a trabalhar e esperar um momento que seria o reconhecimento dele onde ele sobe um degrau. Ele tem medo de perder o emprego justamente pra pessoas que aparentam ter mais energia do que ele, que podem eventualmente trazer mais inovação e energia do que ele, diz o presidente da Bridge Research, Renato Trindade.
Já a geração "Y" é aquela que faz várias coisas ao mesmo tempo, inclusive o trabalho. “Ele nasceu, cresceu, com estímulos, de música, internet, com amigos no colégio, isso vem para organização, é a extensão do dia a dia. É o que faz ele ter prazer, então ele está trabalhando aqui, é lógico, no seu local de trabalho, mas escutando uma música, escutando um som que ele gosta e isso só colabora, só estimula”, afirma o gerente executivo da Serasa Experian, Elcio Trajano
Outra característica da geração "Y" é a pouca paciência para reuniões muito longas. O jovem tira o celular do bolso e começa a mexer, para passar o tempo. O pessoal mais velho acha falta de educação."
A partir daí, comecei a refletir: E nós, educadores, que lidamos diretamente com o aluno, esse protagonista da juventude, pronto a alçar voos e que está diretamente ligado com o mundo das mídias? O que dizer do nosso educando que nos desafia a retirar o fone do ouvido, a parar de usar o "bluetooth" em plena aula? E não há de se falar aqui em "paródias", uma vez que muitas vezes ele não admite ouvir o nome de Djavan, Caetano, Chico...
Estamos sendo retrógrados em um mundo tão moderno? Não estaríamos sujeitos à "Geração Y"? O nosso aluno não estaria aprendendo muito mais as regras gramaticais ou qualquer outro conteúdo, se em seu ouvido ou em suas mãos não tivesse o som de sua preferência?
Nesse dilema tentamos conviver com o moderno, mas sem deixar os valores de lado.
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/11/funcionarios-de-valores-diferentes-geram-conflitos-em-empresas.html
24/11/2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Sheila, o tema nos remete a reflexões muito mais profundas do que pressupõe a reportagem apresentada na Globo.
A geração X é vítima de seu próprio esplendor pois, acaso não é ela a responsável pelo cientificismo que permitiu à modernidade tamanha "prosperidade"? Foi a geração X que não apenas assistiu o "pipocar" tecnológico mas assegurou ao capitalismo a demanda necessária para o sucesso que garantiria suas ofertas.
A questão é: a geração X teve sua formação cultural e social processada num contexto onde a tradição familiar ainda presavam a moral e a ética, cabendo à escola a inserção social destes valores, enquanto que a geração Y emerge como parte de um processo necessário ao capitalismo, ao tecnicismo político... sem o respaldo da tradição familiar.
Daí, uma geração com "moral" e "ética" restritas a interesses egoístas, preconceituosos e tremendamente competitivos.
A geração Y compete com ela mesma:
a impaciência é falta de estrutura para lidar com a cautela e rigor do método; o fazer muitas coisas ao mesmo tempo denota sua incapacidade para desenvolver processos e procedimentos que proporcionem historicidade aos seus atos (me lembro de uma frase que minha mãe diz: "malandro demais vira bicho").
Da geração Y não devemos esperar heróis, ética e moral porque eles não tem tempo pra isso.
Quanto às famílias... para a geração Y: pais obsoletos não merecem respeito...
E a escola? Basta observar o que acontece:inúmeras escolas técnicas surgindo, laboratórios de informática usados como acessórios de controle disciplinar, trabalhos escolares copiados descaradamente da internet e avaliados como aptos,progressão escolar para analfabetos...
E os professores...a estes resta a ordem da modernidade:adequar-se, adequar-se, adequar-se ou retirar-se. Porque há uma fila interminável de geraçãoY totalmete desqualificada, más ávida por seu emprego.
Sheila, o tema nos remete a reflexões muito mais profundas do que pressupõe a reportagem apresentada na Globo.
A geração X é vítima de seu próprio esplendor pois, acaso não é ela a responsável pelo cientificismo que permitiu à modernidade tamanha "prosperidade"? Foi a geração X que não apenas assistiu o "pipocar" tecnológico mas assegurou ao capitalismo a demanda necessária para o sucesso que garantiria suas ofertas.
A questão é: a geração X teve sua formação cultural e social processada num contexto onde a tradição familiar ainda presavam a moral e a ética, cabendo à escola a inserção social destes valores, enquanto que a geração Y emerge como parte de um processo necessário ao capitalismo, ao tecnicismo político... sem o respaldo da tradição familiar.
Daí, uma geração com "moral" e "ética" restritas a interesses egoístas, preconceituosos e tremendamente competitivos.
A geração Y compete com ela mesma:
a impaciência é falta de estrutura para lidar com a cautela e rigor do método; o fazer muitas coisas ao mesmo tempo denota sua incapacidade para desenvolver processos e procedimentos que proporcionem historicidade aos seus atos (me lembro de uma frase que minha mãe diz: "malandro demais vira bicho").
Da geração Y não devemos esperar heróis, ética e moral porque eles não tem tempo pra isso.
Quanto às famílias... para a geração Y: pais obsoletos não merecem respeito...
E a escola? Basta observar o que acontece:inúmeras escolas técnicas surgindo, laboratórios de informática usados como acessórios de controle disciplinar, trabalhos escolares copiados descaradamente da internet e avaliados como aptos,progressão escolar para analfabetos...
E os professores...a estes resta a ordem da modernidade:adequar-se, adequar-se, adequar-se ou retirar-se. Porque há uma fila interminável de geraçãoY totalmete desqualificada, más ávida por seu emprego.
Postar um comentário