25/09/2010

SEMEANDO Cultura através da obra de Cândido Canela: Integração Campo-Cidade sob o olhar de “Candinho Catrumano”.

Em consonância com o "Projeto Cândido Canela", os alunos da E.M.João Valle Maurício trabalharam a revista que faz parte do "Projeto Semeando", com a participação efetiva dos Professores, Supervisora e Direção da escola. Houve uma perfeita integração Campo-Cidade onde os alunos produziram textos, criaram poemas, leram alguns poemas do livro "Rebenta boi", fizeram transposições didáticas de textos relacionados a Cândido Canela, estão participando de um concurso de pipas com temas do jardim da casa de Cândido Canela, caça-palavras com a biografia do autor, maquetes representando a "noite na cidade" e noite no campo, estão ensaiando a "Catira" e uma peça teatral fazendo releitura de "Chico Pitomba e Mané Juca", confeccionaram folder's , assistiram ao filme "Tapete vermelho", cantaram as músicas: "Ternos pingos de saudade"(Cândido Canela/Téo Azevedo) e "Vaca Estrela e boi Fubá", de Patativa do Assaré, exposição de bolos em comemoração ao Centenário, aqui denominados "bolo da cidade" e "bolo da roça", além de um concurso de desenho para a criação do personagem "Candinho catrumano".

Entende-se por "catrumano", o movimento que tem como meta a valorização do norte de minas, da cultura, do sertanejo. Leia matéria completa em post do dia 21/09.

Foram 16 desenhos que representaram a essência do "caipira" do interior e o mais votado, através de uma comissão, foi da aluna Daniele Eduarda do 7º Diamante - Profª Daniele Maciel.

Além de transmitir a alma simples, a referida aluna conseguiu passar para o papel o gado, ícone dos Gerais. Talvez por isso mesmo o desenho tenha ficado tão original.

Os professores e funcionários mandaram confeccionar camisa em alusão à data comemorativa. Em breve publicarei foto.











21/09/2010

Movimento catrumano


"Criado em 2005, com o propósito de valorização do norte de minas, o Movimento Catrumano tem como principal objetivo implementar um plano de desenvolvimento para o Norte de Minas, aproveitando todas as potencialidades da região e valorizando suas manifestações culturais. A meta é envolver as prefeituras e órgãos do Governo do Estado, além das entidades relacionadas com o desenvolvimento e a cultura regionais.

O Movimento Catrumano, estratégia para construção de poder simbólico capaz de ressignificar o papel desempenhado pelo Norte de Minas na fundação e consolidação do Estado de Minas Gerais, é desdobramento de estudos históricos recentemente revistos e sistematizados pela tese do antropólogo Dr. João Batista de Almeida Costa e foi encampado pela Fundação Cultural Genival Tourinho e pela Universidade Estadual de Montes Claros, norteando ações e programas de ambas as instituições. Em síntese, a proposta do antropólogo é que, contrariando a unidade pretendida pela ideologia da mineiridade, é preciso reconhecer a dualidade subjacente à fundação do território das Minas Gerais. Tal dualidade tem lugar no momento da vinculação da região pastoril, os chamados Currais da Bahia, à região aurífera, quando do nascimento de uma nova unidade administrativa, ocorrida em 1720. Juntava-se ali, duas realidades totalmente distintas – a dos Currais do São Francisco, sociedade agropastoril, produtora de gêneros alimentícios, geograficamente marcada pelos campos geraes, tendo o cerrado como vegetação típica, e a sociedade mineradora, ocupada pela exploração do ouro e de outras riquezas minerais, abrigada sob a mata Atlântica, região que até hoje detém a hegemonia do sentido da mineiridade, equivocadamente atribuída tanto ao povo das minas quanto aos geraeseiros.

O Movimento Catrumano reivindica o reconhecimento do processo de obliteração da importância do Norte de Minas e, ao mesmo tempo de sua diferença, e imprime uma carga afirmativa dessa importância e dessa diferença como estratégia capaz de criar um contraponto à hegemonia das minas sobre os geraes. Faz isso por reconhecer que o poder simbólico cria acesso variado aos recursos de poder material e que a região nortemineira, subalternizada pelo discurso político-conservador da carência, da falta, da miséria, da seca e do atraso, deve compreender o lugar que lhe é imputado nessa relação de forças e empreender levante para restituir-se à sua própria diferença, valorizando-se nela.

Ao fazer do Movimento Catrumano uma bandeira orientadora de uma política para o Norte de Minas, a Fundação Genival Tourinho, tanto quanto a Universidade Estadual de Montes Claros, mais especificamente o programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Social, se encontram dispostos a agregar ação e produção de sentido à essa tarefa, seja na forma de projetos que investiguem e disseminem as riquezas naturais e culturais dessa região, como é o caso da Expedição Caminhos dos Geraes, realizada anualmente desde 2004, seja na forma de produção acadêmica sobre os aspectos sociais, econômicos e culturais que condicionam a subalternidade dos geraes em relação às minas gerais e preparam sua superação.

Como forma de reconhecer o papel crucial dos norte mineiros na fundação e consolidação da historicidade e da sociedade mineira e contribuir para a transformação, simbólica, dessa região vista como esquecida, isolada, atrasada, os legisladores mineiros apoiaram uma emenda constitucional que dispôs a comemoração do Dia dos Geraes, em Matias Cardoso, no dia 08 de dezembro, data da inauguração da Matriz de Nossa Senhora da Conceição , marco irretorquível da fixação e do povoamento da região ancestral. Conquista política do Movimento Catrumano, hoje convertido em bandeira de parlamentares nortemineiros, a emenda que propõe a comemoração do Dia dos Geraes, foi aceita, antes mesmo de sua homologação pela Assembléia Legislativa por todos os prefeitos da região que a transformaram em Lei Municipal e, reunidos na Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene – AMAMS, comemoraram, pela primeira vez, em 08 de dezembro do ano passado, na cidade de Matias Cardoso, o Dia dos Geraes, com o propósito de afirmar a importância do Norte e Minas para a consolidação do Estado, para si mesmos, como representantes do povo catrumano e perante o Governo Estadual e a toda a sociedade mineira.

Antes disso, o Movimento conseguiu, junto a Secretaria Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Mucuri, Jequitinhonha e São Francisco e do Norte de Minas – SEDVAN, a realização de diagnóstico denominado Agenda de Ações para o Desenvolvimento do Norte de Minas (em anexo), realizado pela equipe de pesquisadores do Mestrado em Desenvolvimento Social da UNIMONTES e construído por meio de um amplo processo de mobilização dos agentes locais envolvidos com o desenvolvimento de seus municípios. A abordagem do "desenvolvimento" subjacente à Agenda foi, inerentemente, multidimensional, ou seja, não ficou restrita apenas aos aspectos relacionados ao crescimento econômico, focalizando primordialmente questões de emprego, renda e infra-estrutura. Pari passu ao fomento de atividades que viabilizem a melhoria das condições econômicas dos habitantes da mesorregião em tela, foram considerados outros elementos cuja importância tem sido ou negligenciada ou tratada de forma inadequada, tanto ao nível teórico quanto empírico: meio ambiente, cultura, educação, saúde, terra e turismo".

Fonte: www.fcgt.com.br

Leia Programa completo movimento catrumano em:

http://www.fcgt.com.br/index.php/site/catrumano_novidades/0/4/8/download-do-projeto-movimento-catrumano-completo-em-pdf.html


19/09/2010

Projeto SEMEANDO


A nossa escola participa ativamente do Projeto Semeando, sob a coordenação da professora de Ciências, Márcia Frota.
Alunos do 7º ao 9º Anos procuram a perfeita Integração entre Campo-Cidade, através da consciência de que é necessário uma mudança de atitude, se quisermos pensar em "futuro melhor". "A proposta é valorizar os aspectos culturais de Minas Gerais, tendo como foco a vida do homem do campo, seus valores, sua relação com a natureza, as diferentes culturas, os produtos que atendem e dão vida aos centros urbanos" http://www.programasemeando.org.br
Devo salientar que o primeiro texto traz o gênero textual: Entrevista - de Luiz Fernando Vieira Trópia, que faz um apanhado sobre o que nós mineiros temos de mais especial: a nossa cultura. A turma da EJA (Educação para Jovens e Adultos) ficou impressionada com os textos, principalmente a p. 13, Mitos e Verdades - Eucalipto X consumo de água - que versa sobre os eucaliptos.

Bebês que brilham!!!


Este bebê fofo ao lado é filhinho da querida Professora-Formadora da UNB, Guiana.
Assim como tivemos estrelinhas brilhando por aqui, com o nascimento da pequena Elisa (leia-se Cláudia Adriana), Letícia (leia-se Isabella) - aguardo fotos até hoje - e Klara (Alzeni, de Três Marias), Leila Tupinambá - grávida e linda - agora foi a vez do Luís Vítor.
Parabéns, crianças lindas! Frutos do nosso GESTAR (Gestão em Aprendizagem Escolar), rsrsrs.

15/09/2010

CANDIDO CANELA CENTENÁRIO


Através de contato via e-mail, ontem, com o jornalista José Prates do montesclaros.com para felicitá-lo por tão maravilhosa crônica, este respondeu de forma tão respeitosa e carinhosa que quero dividir um trecho da resposta com vocês:

"Agradeço seu e-mail e ficarei lisongeado com a inclusão de minha crônica nas homenagens ao grande Candido Canela que saiu da vida e entrou para a história de nossa querida terra. Essa cronica foi escrita a pedido de minha sobrinha..."

José Prates


Cândido Simões Canela... Faz muito tempo que eu o conheci; faz anos a última vez que o vi. Que eu o conheci, foi nos anos quarenta, por volta de quarenta e cinco, quando a ZYD-7, Rádio Sociedade Norte de Minas, naquela época, a única da região, mantinha programas de auditório que atraiam muita gente, lotando seu auditório que ficava na Rua Quinze. Um desses programas, show de música sertaneja apresentado no auditório e ouvido em todos os recantos do sertão mineiro, era produzido por Candido Canela e Antonio Rodrigues. Um programa "sertanejo" que encantava quem o assistisse ou ouvisse, não só pela beleza das musicas, mas, também, pela originalidade dos "causos" que eram contados pelos dois, vivendo os personagens Chico Pitomba e Mané Juca. Naquele tempo, sem televisão, o que chegava aos lares vinha pelas ondas do rádio e as emissoras mantinham programas os mais variados para satisfazer aos milhões de ouvintes por esse mundo a fora. A Rádio Tupi, por exemplo, a segunda emissora do país, tinha Jararaca e Ratinho com programa humorístico no mesmo estilo sertanejo do que foi criado na ZYD-7 por Candido Canela, sem conseguir, porem, igualar a ele porque lhe faltava a autenticidade na maneira de falar do sertanejo e a brejeirice na musica, coisa que Candido fazia com maestria.
Naquele tempo, um aparelho de rádio era mais importante que um aparelho de TV, hoje. Nas fazendas onde existiam aparelhos receptores de rádio, o que não era raro, no dia e hora do programa de Chico Pitomba e Mané Juca, todo mundo juntava na casa grande para ouvir as musicas sertanejas cantadas a duas vozes e os "causos" por eles contados que até pareciam de verdade. No meio do programa, vinha a dona da casa com a bandeja de café, acompanhado de biscoito frito que completava a festa.
Em 1951 quando ingressei no O Jornal de Montes Claros, é que fui conhecer pessoalmente Candido Canela, no cartório de títulos e documentos, quando ele, pessoalmente, me orientou na legalização do jornal para conseguir autorização para importação do papel chamado "linha d'água" para impressão do jornal que, até então, era impresso em papel comum. Até ai eu conhecia o Candido Canela "caipira" e humorista, mas, não conhecia o cidadão amigo e prestativo que era ele. Foi, então, a partir daquele dia, nos contatos mais freqüentes, por obra do jornalismo, comecei a conhecer o poeta magnífico, sensível à beleza da vida. Sempre gostei da poesia sertaneja de Catulo da Paixão Cearense por quem tinha grande admiração. Conhecendo a poesia de Candido, às vezes publicadas no suplemento dominical do jornal, chegamos à conclusão, podendo mesmo afirmar com segurança, que foi a poesia matuta de privilegiados como Catulo e Candido que levou ao Brasil inteiro a beleza poética do linguajar do agreste e o romantismo sertanejo. Foi nessa mistura de dor e poesia que Candido nos trouxe através de seus versos, a sabedoria popular e a beleza romântica da inocência do sertanejo campesino. A sua poesia nos faz renascer, voltando ao passado, ouvindo o cantar das "modas" por moças sentadas em roda, quebrando o silencio da noite, na rua iluminada pela lua cheia que navega no céu sem nuvens. Da lembrança brota a saudade despertando a vontade de voltar no tempo. A poesia na linguagem caipira expressa a singeleza, a ingenuidade e o sentimento puro do povo simples do campo. Candido Canela soube criar e manter dentro de si a poesia que encanta, para solta-la na sua voz de "caboclo" no grande palco da eternidade. Ele partiu. Sua poesia ficou sendo passada de geração a geração através de seus livros, num legado precioso.

(José Prates, 81 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

Fonte: www.montesclaros.com
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Veja BIOGRAFIA de CÂNDIDO CANELA em: