19/08/2011

Casarão da FAFIL: Um desafio às lembranças!

Foi um turbilhão de emoções. Com o coração disparado, fazia aquele trajeto que retomaria o tempo de Faculdade. Faltavam poucos metros, mas parecia que o caminho se prolongara.

Enfim, às escadarias. Diminuí o passo para ver se o coração voltava ao seu verdadeiro compasso. Vagarosamente entrei à sala onde passei longo tempo de estudo. Foi mesmo difícil segurar as lágrimas. Olhei o canto onde sentava, cada lugar marcado por um colega, os professores... Parecia que ouvia D.Ivonne Silveira, Wanderlino Arruda a nos falar das aulas de Esperanto; Rachel, Baltazar, Neide Pimenta, Zuba com as aulas de Latim... E a voz de Ireny a nos falar em "signo", "significado", "significante"...

De repente, um rapaz muito gentil veio perguntar se precisava de alguma coisa, trazendo-me de volta à realidade para (re) descobrir o velho e bom casarão.

Conheci o Décio, também encantado por literatura e quando viu o meu interesse pelas obras de João Valle Maurício, logo tratou de mostrar o livro de D.Milene (viúva do Dr.João Valle Maurício). Foi outro choque: acredita que como "marca texto", ela teve a singela e brilhante ideia de brindar os leitores com um vidrinho contendo um pouco da "terra de Montes Claros? Foi demais!... Uma emoção após outra! Sinceramente a minha voz continuava embargada e tinha a sensação de que faltava o ar.

Tendo a oportunidade de visitar novamente aquele local , senti-me realizada pois, quantas vezes em sonho, não quis voltar à primeira casa que morei, retomar raízes...

Em seguida, visitei o casarão dos "Maurício", construção de 1812, completamente restaurado, sediando agora a Secretaria de Cultura e aberto à visitação.

Ah, não conseguia esconder o sorriso. Visitar "in loco" o que havia lido nos livros parecia um sonho. Lá também fui muito bem recebida pelo Aécius, que mostrou fotos, cada parte do casarão, de como o mesmo foi cuidadosamente restaurado, mantendo inclusive os "adobes" nas paredes.

Despedi com a certeza de que não existe sensação melhor do que voltar ao nosso passado - quando isso é possível - e reviver momentos tão importantes para a nossa formação enquanto seres humanos.

Foto: Sheila Revert (acervo particular).